Resenha: A Pirâmide Vermelha

A Pirâmide Vermelha 
As Crônicas Dos Kane - Livro 1
Autor: Rick Riordan
Editora: Intrínseca                Ano de Lançamento: 2010
445 páginas

Desde a morte de sua mãe, Carter e Sadie viveram perto de estranhos. Enquanto Sadie viveu com os avós, em Londres, seu irmão viajava pelo mundo com seu pai, o egiptólogo brilhante, Dr. Julius Kane.

Uma noite, o Dr. Kane traz os irmãos juntos para uma experiência de “pesquisa” no Museu Britânico, onde ele espera para acertar as coisas para sua família. Ao contrário, ele liberta o deus egípcio Set, que expulsa-lo ao esquecimento e forças das crianças a fugir para salvar suas vidas. Logo, Sadie e Carter descobre que os deuses do Egito estão acordando e, o pior deles – Set – tem a sua visão sobre o Kanes. Para detê-lo, os irmãos embarcam em uma perigosa viagem em todo o mundo – uma busca que traz os cada vez mais perto da verdade sobre sua família e seus vínculos com uma ordem secreta que existiu desde o tempo dos faraós.

Eu estava ansiosíssima para ler a série As Crônicas dos Kane, e possuía uma enorme curiosidade de saber como Rick adaptaria a mitologia egípcia (que confesso não ser a minha favorita) à história. Já sentia-me acostumada com a mitologia grega e romana e em como elas foram introduzidas ao nosso mundo, e possuía uma certa relutância ao imaginar como o Egito seria trazido ao nosso cotidiano.

Os irmãos Carter e Sadie Kane vivem separados desde a morte de sua mãe. Sadie vive em Londres com seus avós e Carter viaja o mundo junto  ao pai, o Dr. Julius Kane, um famoso egiptólogo. Levados pelo pai ao Bristish Museum, lá os irmãos descobrem que os deuses do Egito estão despertando, e, logo após uma explosão, suas vidas mudam completamente. Juntos, embarcam em uma arriscada missão para impedir Set, um deus extremamente cruel, de concretizar seus planos malignos que afetarão nosso mundo de forma avassaladora. Em sua perigosa jornada, descobrirão a verdade sobre sua família e sua ligação com uma ordem secreta do tempo dos faraós.

O enredo é narrado intercaladamente em primeira pessoa por Sadie e Carter e no começo somos alertados por Rick que o livro trata-se de uma transcrição de uma gravação enviada pelos irmãos. Além disso, os dois personagens são ótimos narradores, engraçados e com características marcantes.

Quando li Percy Jackson e os Olimpianos e Os Heróis do Olimpo eu conhecia um pouco das histórias e mitos. E por causa de meu desconhecimento sobre mitologia egípcia acabei sentindo-me um pouco confusa e encontrando certa dificuldade para entender as características diferentes no inicio da história. Em minha opinião, essa mitologia é muito mais complexa e fiquei surpresa com a quantidade de descobertas que fiz no decorrer da leitura.

- Sim. Muito bom, Sadie. Nos tempos antigos, a margem leste do Nilo era sempre o lado dos vivos, o lado onde nasce o sol. Os mortos eram enterrados na margem oeste. Era considerado de má sorte, até perigoso, viver lá. A tradição ainda é forte entre... nosso povo.
- Nosso povo? - perguntei, mas Sadie forçou outra questão.
-Então não se pode morar em Manhattan? - disparou.
Amós franziu a testa e olhou para o Empire State.
- Manhattan tem outros problemas. Outros deuses. É melhor mantermos tudo separado.
- Outros o quê? - reagiu Sadie.

- Nada.                                                                                                                                                                                                                                   

                                       Página 53 

Ao contrário de Percy Jackson, que iniciou suas aventuras com protagonistas ainda jovens, a dupla de irmãos é mais velha, tendo assim a escrita de Riordan ficado mais madura e permanecendo com uma fluidez ótima.

A série Percy Jackson e os Olimpianos vai continuar sendo minha queridinha, com certeza. Mas é claro que recomendo As Crônicas dos Kane, que é mais um sucesso.